domingo, 2 de novembro de 2008

Artesanato do cascalho da ostra pode gerar emprego e renda no Litoral


Com 187 quilômetros de extensão litorânea e uma vocação natural para a pesca, em Pernambuco o aproveitamento dos cascalhos de ostras e mariscos encontrados nas praias em trabalhos artesanais (colares, pulseiras, bolsas), pode se tornar uma importante alternativa econômica, principalmente na Zona da Mata. O Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), órgão da Secretaria Estadual de Agricultura, vem incentivando a organização deste arranjo produtivo, através da Rede de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) de Atividades não Agrícolas.

“Temos que apoiar os potenciais regionais. Além do artesanato, há toda uma questão de preservação ambiental, pois o que antes era lixo e descartável nas praias, servirá como elemento de geração de emprego e renda para as comunidades”, enfatizou a articuladora da Rede, Gilva Délli Vidal.

Ela afirmou que o projeto de cultivo sustentável da ostra e o aproveitamento dos resíduos para a produção de artesanato vem ganhando forma, e está em fase de captação de recursos para a capacitação de maricultores e agregação de parceiros, que possam financiar outras ações como o Promata, a Caixa Econômica Federal, entre outros. O IPA aposta no empreendedorismo social e na formação profissional desta camada da população.

Pela produtividade de frutos do mar (mariscos e camarões), a comunidade da Ilha de Deus, no bairro da Imbiribeira, em Recife, poderá ser uma das beneficiadas com atividades do projeto. Está prevista a capacitação dos marisqueiros-artesãos em Tamandaré e Rio Formoso e outros municípios na zona da mata e moradores nas margens do Rio São Francisco. “Temos um rico patrimônio natural, nunca visto em outro Estado, que deve ser aproveitado”, acentuou Gilva Délli. Serão promovidos cursos de técnicas de manejo e de comercialização, entre outras.

Em Recife existe uma associação com 55 produtores de artesanato de cascalho de ostras e mariscos. A artesã Maria de Lourdes Felix produz peças artesanais, como imas para geladeiras, disse que começou pintando paisagens e foi adaptando o trabalho às ostras, como terapia nas horas de folga. Hoje ela dá aulas em sua residência. “Podemos ter um negócio de sucesso se formos devidamente apoiados”.

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