POLÍCIA

Corpo de comerciante morta em assalto será sepultado nesta quintaPublicado em 22.05.2008, às 07h29
Do JC OnLineCom Informações da TV Jornal e JC
Será sepultado nesta quinta-feira (22), no Cemitério de Santo Amaro, o corpo da proprietária do Supermercado Pague Menos, no bairro de Peixinhos, em Olinda, morta em tentativa de assalto ao estabelecimento comercial, na manhã dessa quarta-feira (21). Lucimar Gomes da Silva, 59 anos, levou um tiro na barriga disparado por um bandido que fugiu de bicicleta após o crime. Dois comparsas davam cobertura ao assassino. Ninguém foi preso. A família resolveu doar as córneas da vítima.
Por volta das 13h, um homem entrou no mercadinho, na Rua Armindo Costa Moura, e se passou por cliente. De acordo com o comerciante Wellington Claudino da Silva, 31, filho de Lucimar, o criminoso se dirigiu a uma prateleira, pegou um pacote de sabão em pó e foi até o caixa, onde estava Lucimar. “De repente, ele tirou uma sacola vazia do bolso, sacou a arma e mandou minha mãe colocar todo o dinheiro dentro. Eu estava perto, fiquei assustado e corri. Poucos segundos depois, escutei um disparo. Quando voltei, ela estava no chão”, relatou ele.
O bandido apontou o revólver para Wellington e foi embora de bicicleta. O familiar falou que os ladrões levaram cerca de R$ 200. Moradores contaram que uma dupla ficou a alguns metros do comércio dando cobertura ao assaltante. Lucimar foi socorrida por um vizinho e encaminhada ao Hospital da Restauração (HR), no Derby, área central do Recife. A dona do supermercado chegou a dar entrada na sala de cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. “Pelas informações que colhemos, não houve reação. Era um iniciante, que deve ter ficado nervoso e acabou atirando”, pontuou o comissário do posto policial da unidade de saúde, Ademílson Leleu.
Wellington entrou em contato com a Central de Transplantes do HR e autorizou a doação das córneas da trabalhadora autônoma. Segundo ele, os órgãos da mulher serão destinados a duas pessoas. “A gente já havia conversado sobre isso uma vez. Somos espíritas, acreditamos que quem receber essas córneas terá um pouquinho da vida dela”, afirmou ele.
O comerciante disse que, como o latrocínio ocorreu na hora do almoço, não havia nenhum cliente no mercado. Wellington comentou que Lucimar mantinha o estabelecimento comercial há 30 anos. O local já foi assaltado mais de 20 vezes. “Não faz nem dois meses que a gente foi roubado”, lamentou.
A família estuda se continuará com o supermercado ou se venderá o ponto. “Nós nunca imaginamos que pudesse ocorrer uma tragédia como essa. Agora precisamos pensar no que vamos fazer, se sair ou ficar à mercê dos bandidos”, ponderou Wellington. O caso ficará com o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Fonte: Agência Estado