Estação IPA de Serra Talhada tem excelência em psicultura

Estudantes, pesquisadores e produtores rurais têm na Estação Experimental de Serra Talhada do Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura (SARA), um centro de excelência em piscicultura e salinidade. No local, são realizadas pesquisas, capacitações, dias de campo e, ainda, são produzidos os alevinos (principalmente filhotes de tilápias), que vão ser distribuídos pelo Programa de Peixamento do Governo do Estado, para o povoamento dos açudes pernambucanos. Nos próximos meses, deverá ser transformado em um centro de treinamento, através de convênio firmado entre o IPA e o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT).
No Centro de Piscicultura de Serra Talhada, funcionam a sala de reprodução, o setor de reversão, com galpão para desova artificial, sala de frigorificação do pescado e existem 36 viveiros (tanques de manejo para distribuição do pescado), em diferentes tamanhos, variando entre 100 metros quadrados a 1 mil metros quadrados de espelho d’água. A estação é abastecida pelo açude Saco 1 com uma vazão de 36 milhões de metros cúbicos, distribuídos em 660 hectares de terra. “É uma localização privilegiada geograficamente”, afirma o supervisor do centro/ IPA, Carlos Augusto Guerra.
Além da produção de alevinos de tilápia, no local são realizadas pesquisas voltadas para a avaliação do efeito da salinidade das águas para o cultivo de tilápia tailandesa. Outra vantagem da estação é a instalação na região circunvizinha da Escola Agrotécnica de Pernambuco da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, que detém o 1º curso de engenharia de pesca no interior. A entidade recebe uma média de 30 alunos por semestre. Os alunos Wladimir Batista e de José Edilton, do 4º período, e Ivanildo Oliveira, do 3º período explicaram que a estação do IPA é uma extensão da faculdade, “é fundamental unir a teoria à prática de aprendizado das atividades realizadas nos tanques de piscicultura”. Eles atuam no abastecimento dos viveiros, produção de alevinos natural, acasalamento, densidade, embalagem, transporte.
Também são recebidos grupos de produtores interessados em aprender sobre as técnicas de manejo da piscicultura, como a filetagem de tilápias. O IPA oferta pesquisa, capacitação e assistência técnica. Cerca de 40 famílias de pescadores sobrevive da pesca na área. Segundo o agricultor Agnaldo Ferreira, pescador há 10 anos e pertencente à associação, “o aprendizado profissionaliza, além de gerar alternativas para obtenção de renda”.
PEIXAMENTO – O Programa de Peixamento é uma alternativa econômica e social para produtores, que gera emprego e renda no campo. Visa fazer a entrega dos alevinos, de forma que o pequeno agricultor crie uma renda e utilize o peixe para vender ou consumir, o que irá movimentar a economia local. O Coordenador do Programa de Peixamento pela SARA, Roberto Maurício, diz que ”a ação demonstra que existem açudes produtivos no Sertão e que os assentados, produzindo filé, podem utilizá-lo para sua subsistência”.
Já foram entregues este ano, dentro das atividades do programa, mais de 520 alevinos em todo o Estado e está prevista a aquisição de mais de um milhão para ser distribuídos em várias regiões pernambucanas. “ A meta é aumentar ainda mais a produção e distribuir mais peixes que no ano passado, cujo número chegou a mais de um milhão”, acentua o diretor.
Roberto Maurício disse que, em determinadas áreas do estado, 80% do pescado é beneficiado e transformado em subprodutos como filé, lingüiça, entre outras para ser oferecido a alunos das escolas públicas e oferecido na Merenda Escolar.