quarta-feira, 5 de março de 2008

CULTURA

Projeto abriga estréia de espetáculo de dançaAs escolhas permanentes que nos são impostas durante a existência e os questionamentos que surgem constantemente na vida temperam a coreografia Tempo fragmento, que estréia hoje, às 13h, dentro do projeto Sestas Teatrais, no Teatro Armazém 14 (no Cais do Porto). A concepção é do coreógrafo Ivaldo Mendonça, que também está em cena ao lado das bailarinas Renata Muniz e Maria Agrelli. O contraste entre os corpos quase imóveis e movimentos velozes, o desafio à gravidade e a busca tênue pelo equilíbrio estão presentes e divididos em cenas bem marcadas, numa atuação sincronizada do trio de intérpretes, que iniciou os ensaios em janeiro deste ano. "Pensei no tempo em que vivemos, nas situações enfrentadas pelas pessoas, nas repetições, e também no tempo como clima e em seu aspecto infinito", ressalta Ivaldo, que está preparando outra coreografia em Mossoró, no Rio Grande do Norte, e veio ao Recife apenas para esta estréia. É um espetáculo do qual derivam múltiplas interpretações, admite Ivaldo Mendonça, que amadureceu o tema por quase um ano antes de encontrar as pessoas certas para ajudar a desenvolvê-lo. "Procuro ter objetividade para construir a cena. E ainda sou muito movido à música, mas tive a preocupação de não perder a química ou ficar muito mecânico", comenta o coreógrafo, que pela primeira vez teve uma trilha sonora criada especialmente para um trabalho, através da parceria com o compositor Júlio Moraes. O resultado é cadenciado pelas batidas da percussão, pontuadas por ruídos e sons diversos, da água até a música eletrônica. A iluminação é assinada por Eron Vilar. Os figurinos em tons de bege e o palco com raros elementos de cena - a exemplo de garrafas de vidro vazias, pequenos pedaços de madeira, balões de festa coloridos presos por um barbante, um balde, um saquinho com areia, giz - deixam ainda mais espaço para a performance de Ivaldo, Renata e Maria, que se multiplicam em solos, duos e trios, interagindo durante os 40 minutos do trabalho. Até mesmo a tecnologia influencia uma das cenas, quando - munidos de um dispositivo de bluetooth - eles interagem com os espectadores. Ex-integrantes do Grupo Experimental, ao qual estiveram ligadas até o ano passado, Renata Muniz e Maria Agrelli se lançam neste primeiro projeto independente de maior vulto, junto com Ivaldo Mendonça, respaldado por uma trajetória que inclui companhias como o Ballet da Cidade de Diadema (São Paulo), a de Deborah Colker (Rio) e a Cia dos Homens (Pernambuco), porém sem o compromisso de montar um novo grupo. Apesar de não ter sido aprovado em editais, Tempo fragmento conta com apoio da Prefeitura do Recife. "Fizemos esta opção de atuarmos de maneira independente e estamos abertas a novas experiências. A movimentação proposta por Ivaldo é bem diferente da que estávamos acostumadas", admite Maria Agrelli. (Tatiana Meira)Serviço:Tempo fragmento no Sestas TeatraisOnde: Teatro Armazém 14 (Avenida Alfredo Lisboa, Cais do Porto)Quando: Hoje, às 13hQuanto: Entrada francaInformações: 3424-5613 Da Redação do PERNAMBUCO.COM, com informações do Diario de Pernambuco

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