quarta-feira, 5 de março de 2008

ECONOMIA

Copom deve manter juros em 11,25%Há um amplo consenso entre os analistas do mercado de que em sua reunião desta quarta-feira o Comitê de Política Monentária (Copom), do Banco Central (BC), vai manter pela quinta vez consecutiva a taxa básica de juros (Selic) em 11,25% ao ano.Para a economista Marcela Prada, da consultoria Tendências, esse patamar deve se manter nos próximos meses. Ela só prevê queda no final do ano. "A inflação está cada vez mais próxima da meta. Nós prevemos que deve chegar a 4,6% este ano e as últimas análises do mercado já indicam uma alta de 4,0%. Como a manutenção do crescimento da demanda tende a continuar nos próximos meses, isso traz um pouco de risco para o cenário inflacionário", afirma."Ao mesmo tempo, a valorização do real favorece a inflação mais baixa e reduz a chance de altas dos juros. Mas a alta das commodities pressiona os preços para cima", acrescenta. Já o diretor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Júlio Almeida, é mais otimista em relação aos números da economia, embora também acredite que a maior probabilidade é a manutenção da taxa Selic."O grau de utilização da indústria parou e até caiu, de acordo com algumas avaliações, o que sinaliza um aumento dos investimentos. O avanço da inflação, que na virada do ano surpreendeu todo mundo, quando aumentou, dá sinais de desaceleração em fevereiro", cita como sinais positivos."O cenário mudou muito nesse início de ano. Em janeiro, quando a reunião anterior do Copom foi realizada, a situação era pior. Não seria impossível para o BC reduzir a taxa de juros, seria algo positivo, uma ousadia", acrescenta.Para o diretor de Economia da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Andrew Storfer, que também acredita na manutenção da taxa de juros em 11,25% na reunião desta quarta-feira, vê uma possibilidade de aumentar a Selic."Ocorreram algumas turbulências pequenas em janeiro que fizeram com que o mercado ficasse mais temeroso e houve alta nos juros para o consumidor, como mostra a pesquisa da Anefac e do BC", diz.Segundo Storfer, haveria até uma chance do Copom aumentar a Selic, na tentativa de conter a pressão do consumo e a conseqüente inflação. "Mas é uma possibilidade muito pequena e seria um movimento imprudente", conclui.Da Agência O Globo

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