quarta-feira, 30 de abril de 2008
CULTURA RETRATA A POLÍTICA
Cine PE: Tema político atrai público Publicado em 30.04.2008, às 01h01
Brizola: tempos de luta conta a história de um dos maiores ícones da política brasileira
Conceição GamaEspecial para o JC OnLine
Brizola: tempos de luta estreou na segunda noite do Cine PE como um dos filmes mais aguardados do festival. Antes da exibição, era possível observar no hall do Centro de Convenções curiosos, partidários e seguidores das ideologias defendidas por Leonel Brizola discutindo acerca de suas expectativas em torno do documentário dirigido pelo gaúcho Tabajara Ruas.
Ao apresentar o filme, Tabajara e Lígia Walper, produtora executiva, fizeram questão de frisar a obediência da obra a uma das máximas defendidas por seu protagonista: a democracia. É que o documentário pode ser baixado gratuitamente em seu site oficial. "Essa certamente será a maior platéia desse filme. Por ter sido patrocinado unicamente pela Petrobras, ele não entrará em circuito comercial, ficando restrito a exibições fechadas", apontou Lígia.
Brizola: tempos de luta conta a história de um dos maiores ícones da política brasileira, desde o seu nascimento até a sua morte. Depoimentos de personalidades como Oscar Niemeyer, Darcy Ribeiro, João Pedro Stédile, Luis Carlos Prestes, Lula, Dilma Roussef, Jarbas Passarinho e Fernando Henrique Cardoso, além de depoimentos do próprio Brizola, conferem à obra força para que ela se torne um importante documento de preservação da história brasileira moderna.
Fatos importantes da vida política de Brizola, como a amizade com Getúlio Vargas, as eleições que lhe conferiram cargos de deputado e governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, a fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT), o exílio, o encontro com Che Guevara, entre outros acontecimentos, são contados didaticamente pelo documentário.
Entretanto, do meio para o final, o filme se torna enfadonho. Na platéia, não era difícil ver pessoas dormindo e dava até para ouvir alguns roncos. Mas tudo mudou quando foi exibido na íntegra o direito de resposta concedido judicialmente a Leonel Brizola, em 1992, por conta de difamações presentes em reportagens veiculadas pelas Organizações Globo. A platéia acordou, aplaudiu calorosamente e gargalhou. A cara de tédio do apresentador Cid Moreira, em pelo Jornal Nacional, ao ler afirmações como "me acusaram de senilidade mental porque tenho 70 anos, mas são 16 a menos que o do meu difamador, Roberto Marinho", realmente é impagável.
Sem recorte - Ao contrário do que sugere o título do documentário, ele não se restringe a mostrar os tempos de luta de Leonel Brizola. Aspectos da vida pessoal, como a escolha do seu próprio nome e o casamento com Dona Neusa, ganharam destaque. Depoimentos do pai, irmãos e amigos de Brizola poderiam tornar o filme mais humanizado, porém, em diversos momentos, fizeram com que ele ganhasse uma pieguice desnecessária. E, curiosamente, fatos relevantes como o relacionamento do político com sua filha-problema, Neusinha Brizola, ficaram de fora.
Brizola: tempos de luta conta a história de um dos maiores ícones da política brasileira
Conceição GamaEspecial para o JC OnLine
Brizola: tempos de luta estreou na segunda noite do Cine PE como um dos filmes mais aguardados do festival. Antes da exibição, era possível observar no hall do Centro de Convenções curiosos, partidários e seguidores das ideologias defendidas por Leonel Brizola discutindo acerca de suas expectativas em torno do documentário dirigido pelo gaúcho Tabajara Ruas.
Ao apresentar o filme, Tabajara e Lígia Walper, produtora executiva, fizeram questão de frisar a obediência da obra a uma das máximas defendidas por seu protagonista: a democracia. É que o documentário pode ser baixado gratuitamente em seu site oficial. "Essa certamente será a maior platéia desse filme. Por ter sido patrocinado unicamente pela Petrobras, ele não entrará em circuito comercial, ficando restrito a exibições fechadas", apontou Lígia.
Brizola: tempos de luta conta a história de um dos maiores ícones da política brasileira, desde o seu nascimento até a sua morte. Depoimentos de personalidades como Oscar Niemeyer, Darcy Ribeiro, João Pedro Stédile, Luis Carlos Prestes, Lula, Dilma Roussef, Jarbas Passarinho e Fernando Henrique Cardoso, além de depoimentos do próprio Brizola, conferem à obra força para que ela se torne um importante documento de preservação da história brasileira moderna.
Fatos importantes da vida política de Brizola, como a amizade com Getúlio Vargas, as eleições que lhe conferiram cargos de deputado e governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, a fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT), o exílio, o encontro com Che Guevara, entre outros acontecimentos, são contados didaticamente pelo documentário.
Entretanto, do meio para o final, o filme se torna enfadonho. Na platéia, não era difícil ver pessoas dormindo e dava até para ouvir alguns roncos. Mas tudo mudou quando foi exibido na íntegra o direito de resposta concedido judicialmente a Leonel Brizola, em 1992, por conta de difamações presentes em reportagens veiculadas pelas Organizações Globo. A platéia acordou, aplaudiu calorosamente e gargalhou. A cara de tédio do apresentador Cid Moreira, em pelo Jornal Nacional, ao ler afirmações como "me acusaram de senilidade mental porque tenho 70 anos, mas são 16 a menos que o do meu difamador, Roberto Marinho", realmente é impagável.
Sem recorte - Ao contrário do que sugere o título do documentário, ele não se restringe a mostrar os tempos de luta de Leonel Brizola. Aspectos da vida pessoal, como a escolha do seu próprio nome e o casamento com Dona Neusa, ganharam destaque. Depoimentos do pai, irmãos e amigos de Brizola poderiam tornar o filme mais humanizado, porém, em diversos momentos, fizeram com que ele ganhasse uma pieguice desnecessária. E, curiosamente, fatos relevantes como o relacionamento do político com sua filha-problema, Neusinha Brizola, ficaram de fora.
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