quarta-feira, 30 de abril de 2008

POLÍCIA

Falso advogado é preso no RecifePublicado em 30.04.2008, às 07h28
Do JC
Um homem que se passava por advogado, mas que nunca prestou exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) e era fugitivo da Penitenciária Agroindustrial São João (PAISJ), em Itamaracá, Grande Recife, foi preso, na tarde dessa terça-feira (29), mediante mandado de prisão preventiva por estelionato, invasão de domicílio e fuga de presídio. Alcion Alves Camilo, 48, se apresentava como advogado de vários detentos do sistema prisional de Pernambuco e foi preso quando saía de seu escritório, localizado na Rua dos Anjos, no Arruda, Zona Norte do Recife. Mesmo sem ser inscrito na OAB, Alcion possuía uma carteira da Secretaria de Ressocialização (Seres) que o identificava como advogado e tinha livre acesso a todos os presídios de Pernambuco.
“Mesmo sendo foragido da Justiça e tendo fugido da penitenciária de Itamaracá em novembro de 2002, ele tinha carteira da Seres e entrava normalmente em presídios, para visitar supostos clientes, entre eles o seu filho que, segundo ele, está detido no Presídio Aníbal Bruno. Além disso, era bastante comum ele dar entrevistas em jornais, programas de rádio e televisão como representante legal de presos”, explicou a delegada Beatriz Gibson, titular da Delegacia da Mulher e responsável pela prisão de Alcion. Ele apresentou uma cópia do diploma de uma universidade particular do Recife, onde diz ter cursado direito. “É preciso investigar para ver se esse diploma não é falso”, afirmou a delegada.
A ficha criminal do acusado é bastante extensa, com dois mandados de prisão e dez inquéritos instaurados. Ele havia sido preso anteriormente por lesão corporal. “Começamos a investigá-lo em outubro do ano passado, quando a esposa dele veio até a Delegacia da Mulher para denunciá-lo, dizendo que tinha sido estuprada e espancada por ele. Como ela o identificou como advogado, oficiei o caso à OAB, para que ele comparecesse à delegacia. Para nossa surpresa, a OAB disse que Alcion não era advogado, mas tinha apenas uma carteira de estagiário de advocacia. Com essa informação, começamos a investigá-lo, mas ele sempre conseguia fugir. Já chegou, inclusive, a trocar tiros com agentes da Delegacia de Repressão ao Roubo, que tinham tentado prendê-lo”, completou a delegada.
Alcion foi levado de volta para a antiga PAI, em Itamaracá, devido à determinação do mandado de prisão. Ele também deverá responder por exercício ilegal da profissão.

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