sexta-feira, 2 de maio de 2008
CULTURA
Golpe militar é lembrado na tela do Cine-PEPublicado em 02.05.2008, às 01h50
Olhar de um Cineasta traz ricos depoimentos
Rafaella Soares Do JC OnLine Como já era de se esperar, o feriado de 1° de maio levou uma verdadeira multidão ao Teatro Guararapes, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. A 4ª noite do Cine-PE 2008, coincidentemente ou não, teve dois longas-metragens de temática ligada de certa forma ao golpe militar de 1964. O primeiro, Olhar de um Cineasta (SC), traça o perfil de Marcos Farias, cineasta precursor do Cinema Novo. Figura talvez ofuscada pelos mitos de Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha, Farias é lembrado por intelectuais, contemporâneos e colegas de profissão com muita reverência. Citado como homem politicamente esclarecido, teve como obra mais cultuada o clássico "Cinco Vezes Favela", inaugurando no cinema nacional a estética real e denuncista do povo naquela época. O filme traz ainda depoimentos de Cacá Diegues, Othon Bastos e familiares, além de Eduardo Coutinho, parceiro de Farias em Cabra marcado para morrer, que começou a ser produzido pouco antes do golpe militar e obrigou o catarinense a fugir para o Recife. Curioso resgate da obra de uma figura importante do cinema nacional. Em seguida foi exibido "Pernambuco: O golpe (1964-1979)", de Bráulio Brilhante. Apesar de não ser inédito e estar fora de competição, o documentário reúne depoimentos e imagens preciosas do período mais obscuro da política nacional, com um olhar especial sobre a participação histórica de Pernambuco, berço de movimentos sociais relevantes. São mostrados capítulos importantes dos anos de chumbo, como o exílio do então governador Miguel Arraes, o surgimento dos núcleos de resistência a repressão no Estado e a participação de um seguimento libertário da igreja, condensada na figura de Dom Hélder. Destaque para o depoimento emocionado (e raro) em áudio do militante de esquerda Gregório Bezerra, preso e barbaramente torturado na Praça de Casa Forte. O filme resgata de forma interessante esse aspecto pouco conhecido da nossa política, encerrando simbolicamente o Dia do Trabalhador na cidade.
Olhar de um Cineasta traz ricos depoimentos
Rafaella Soares Do JC OnLine Como já era de se esperar, o feriado de 1° de maio levou uma verdadeira multidão ao Teatro Guararapes, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. A 4ª noite do Cine-PE 2008, coincidentemente ou não, teve dois longas-metragens de temática ligada de certa forma ao golpe militar de 1964. O primeiro, Olhar de um Cineasta (SC), traça o perfil de Marcos Farias, cineasta precursor do Cinema Novo. Figura talvez ofuscada pelos mitos de Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha, Farias é lembrado por intelectuais, contemporâneos e colegas de profissão com muita reverência. Citado como homem politicamente esclarecido, teve como obra mais cultuada o clássico "Cinco Vezes Favela", inaugurando no cinema nacional a estética real e denuncista do povo naquela época. O filme traz ainda depoimentos de Cacá Diegues, Othon Bastos e familiares, além de Eduardo Coutinho, parceiro de Farias em Cabra marcado para morrer, que começou a ser produzido pouco antes do golpe militar e obrigou o catarinense a fugir para o Recife. Curioso resgate da obra de uma figura importante do cinema nacional. Em seguida foi exibido "Pernambuco: O golpe (1964-1979)", de Bráulio Brilhante. Apesar de não ser inédito e estar fora de competição, o documentário reúne depoimentos e imagens preciosas do período mais obscuro da política nacional, com um olhar especial sobre a participação histórica de Pernambuco, berço de movimentos sociais relevantes. São mostrados capítulos importantes dos anos de chumbo, como o exílio do então governador Miguel Arraes, o surgimento dos núcleos de resistência a repressão no Estado e a participação de um seguimento libertário da igreja, condensada na figura de Dom Hélder. Destaque para o depoimento emocionado (e raro) em áudio do militante de esquerda Gregório Bezerra, preso e barbaramente torturado na Praça de Casa Forte. O filme resgata de forma interessante esse aspecto pouco conhecido da nossa política, encerrando simbolicamente o Dia do Trabalhador na cidade.
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