segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Todos querem ter Inocêncio por perto. Todos.
Fui buscar no fundo do baú – não tão fundo assim – algumas boas histórias de Inocêncio Oliveira para contar.
Em 10 de março de 2006, eu era correspondente do Jornal do Commercio em Brasília e Inocêncio, por conta da eleição de governador e presidente que se aproximava, era assediado por todos, de A a Z.
Preparei então um perfil dele que, por uma razão ou outra, acho que por falta de espaço, acabou não sendo publicado.
Fui relê-lo em meus arquivos no computador e acho que continua atualíssimo. Segue a história:
——————–
inocencio oliveira Alcione Ferreira(Brasília, 10 de março de 2006)
Poucos líderes políticos foram tão assediados nesta fase pré-eleitoral em Pernambuco quanto o médico e empresário Inocêncio Gomes de Oliveira (PL), 68 anos, há três décadas ocupando uma cadeira de deputado federal em Brasília.
Os três principais pré-candidatos a governador lutaram para tê-lo como aliado.
Mendonça Filho (PFL) e Humberto Costa (PT) ofereceram mundos e fundos. Buscaram por todos os meios atraí-lo. Ao final, venceu Eduardo Campos (PSB)
Desde 1975, quando assumiu o primeiro dos seus oito mandatos de deputado, Oliveira pavimentou um caminho particular de poder e multiplicação de votos.
Chegou ao ápice depois de ter sido presidente da Câmara (93/95) e presidente da República por 24 dias, em nove períodos distintos de interinidade para substituir Itamar Franco (92/94).
Após essa fase, só fez crescer sua influência.
Prestes a indicar o ministro dos Transportes do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ocupando o cargo de primeiro secretário da Câmara, controla hoje uma máquina eleitoral com força para fazer a diferença na disputa pelo governo de Pernambuco.
O dote de Inocêncio nesse casamento com o PSB é expressivo.
Na última eleição, ele recebeu 196,4 mil votos. Ficou em terceiro lugar, atrás de Cadoca (211,8 mil votos), do PMDB, e Roberto Magalhães (204,7 mil), do PFL.
Desde 1994, figura sempre entre os três mais votados.
Em 2002, venceu a disputa em 9 das 11 mesorregiões do estado. Só perdeu na Metropolitana para Magalhães e no São Francisco para Osvaldo Coelho (PFL).
Em 15 municípios obteve mais votos como candidato a deputado do que Jarbas Vasconcelos (PMDB) a governador.
Em outra quinzena é majoritário de forma esmagadora. Conseguiu nesses lugares entre 40% e quase 70% dos votos válidos para deputado.
Em alguns, como no caso de Betânia, a 393Km do Recife, dois em cada três eleitores votaram nele.
Para conseguir tais resultados, Inocêncio vem transitando de um governo para outro, sem pudores, utilizando sempre como moeda a influência que adquiriu na Câmara dos Deputados nesses 31 anos.
Ele admite, por exemplo, dispor hoje de 56 cargos comissionados na primeira secretaria da Casa.
Diz ser generoso. Destina 26 cargos a outros deputados. Fica com 30 para manter um batalhão de assessores nos escritórios de Pernambuco.
Desde 1989, Inocêncio já foi duas vezes vice-presidente; duas vezes primeiro secretário; e uma presidente da Câmara. Desde 1979, liderou as bancadas do extinto PDS, do PFL e dos blocos PFL/PTB e PFL/PST.
“Ele é o verdadeiro rei do baixo clero e não Severino Cavalcanti (PP-PE)”, diz um parlamentar pernambucano, colega de Inocêncio no Congresso, referindo-se ao ex-presidente da Câmara que foi obrigado a renunciar no ano passado acusado de corrupção.
Pois é como verdadeiro monarca do parlamento que Inocêncio consegue tratamento privilegiado do governo federal – seja quem for o presidente da República.
Nos últimos dias, tem discutido com dois colegas do PL, o deputado Luciano Castro (RR) e o senador João Ribeiro (RO), sobre quem será o substituto do ministro Alfredo Nascimento, dos Transportes – pasta que integra a cota dos liberais no governo.
A pasta deve contar neste ano com um orçamento de R$ 7 bilhões. Inocêncio está fechado com Lula em 2006.
Com influência no governo, consegue liberar recursos para obras no interior de Pernambuco e obtém mais cargos para os cabos eleitorais.
O deputado comanda hoje o escritório regional do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Denit), que nos últimos seis meses aplicou mais de R$ 40 milhões na reforma de rodovias no estado. Recuperou, por exemplo, a BR-424, entre Arcoverde e Garanhuns. Ou a 316, de Petrolândia a Belém do São Francisco.
Mas Inocêncio Oliveira dispõe de influência também no governo de Pernambuco. Até o final do mês, quando Jarbas Vasconcelos irá transferir o cargo para o vice, Mendonça Filho, manterá o controle sobre a Empresa de Pesquisas Agropecuárias (IPA), cujo orçamento previsto para este ano chega a R$ 66 milhões.
O IPA não é um mero órgão técnico. Tem entre suas funções prestar assistência aos pequenos produtores rurais – base importante do eleitorado de Inocêncio.
Escrita por César Rocha www.cesarrocha.com.br
Em 10 de março de 2006, eu era correspondente do Jornal do Commercio em Brasília e Inocêncio, por conta da eleição de governador e presidente que se aproximava, era assediado por todos, de A a Z.
Preparei então um perfil dele que, por uma razão ou outra, acho que por falta de espaço, acabou não sendo publicado.
Fui relê-lo em meus arquivos no computador e acho que continua atualíssimo. Segue a história:
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inocencio oliveira Alcione Ferreira(Brasília, 10 de março de 2006)
Poucos líderes políticos foram tão assediados nesta fase pré-eleitoral em Pernambuco quanto o médico e empresário Inocêncio Gomes de Oliveira (PL), 68 anos, há três décadas ocupando uma cadeira de deputado federal em Brasília.
Os três principais pré-candidatos a governador lutaram para tê-lo como aliado.
Mendonça Filho (PFL) e Humberto Costa (PT) ofereceram mundos e fundos. Buscaram por todos os meios atraí-lo. Ao final, venceu Eduardo Campos (PSB)
Desde 1975, quando assumiu o primeiro dos seus oito mandatos de deputado, Oliveira pavimentou um caminho particular de poder e multiplicação de votos.
Chegou ao ápice depois de ter sido presidente da Câmara (93/95) e presidente da República por 24 dias, em nove períodos distintos de interinidade para substituir Itamar Franco (92/94).
Após essa fase, só fez crescer sua influência.
Prestes a indicar o ministro dos Transportes do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ocupando o cargo de primeiro secretário da Câmara, controla hoje uma máquina eleitoral com força para fazer a diferença na disputa pelo governo de Pernambuco.
O dote de Inocêncio nesse casamento com o PSB é expressivo.
Na última eleição, ele recebeu 196,4 mil votos. Ficou em terceiro lugar, atrás de Cadoca (211,8 mil votos), do PMDB, e Roberto Magalhães (204,7 mil), do PFL.
Desde 1994, figura sempre entre os três mais votados.
Em 2002, venceu a disputa em 9 das 11 mesorregiões do estado. Só perdeu na Metropolitana para Magalhães e no São Francisco para Osvaldo Coelho (PFL).
Em 15 municípios obteve mais votos como candidato a deputado do que Jarbas Vasconcelos (PMDB) a governador.
Em outra quinzena é majoritário de forma esmagadora. Conseguiu nesses lugares entre 40% e quase 70% dos votos válidos para deputado.
Em alguns, como no caso de Betânia, a 393Km do Recife, dois em cada três eleitores votaram nele.
Para conseguir tais resultados, Inocêncio vem transitando de um governo para outro, sem pudores, utilizando sempre como moeda a influência que adquiriu na Câmara dos Deputados nesses 31 anos.
Ele admite, por exemplo, dispor hoje de 56 cargos comissionados na primeira secretaria da Casa.
Diz ser generoso. Destina 26 cargos a outros deputados. Fica com 30 para manter um batalhão de assessores nos escritórios de Pernambuco.
Desde 1989, Inocêncio já foi duas vezes vice-presidente; duas vezes primeiro secretário; e uma presidente da Câmara. Desde 1979, liderou as bancadas do extinto PDS, do PFL e dos blocos PFL/PTB e PFL/PST.
“Ele é o verdadeiro rei do baixo clero e não Severino Cavalcanti (PP-PE)”, diz um parlamentar pernambucano, colega de Inocêncio no Congresso, referindo-se ao ex-presidente da Câmara que foi obrigado a renunciar no ano passado acusado de corrupção.
Pois é como verdadeiro monarca do parlamento que Inocêncio consegue tratamento privilegiado do governo federal – seja quem for o presidente da República.
Nos últimos dias, tem discutido com dois colegas do PL, o deputado Luciano Castro (RR) e o senador João Ribeiro (RO), sobre quem será o substituto do ministro Alfredo Nascimento, dos Transportes – pasta que integra a cota dos liberais no governo.
A pasta deve contar neste ano com um orçamento de R$ 7 bilhões. Inocêncio está fechado com Lula em 2006.
Com influência no governo, consegue liberar recursos para obras no interior de Pernambuco e obtém mais cargos para os cabos eleitorais.
O deputado comanda hoje o escritório regional do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Denit), que nos últimos seis meses aplicou mais de R$ 40 milhões na reforma de rodovias no estado. Recuperou, por exemplo, a BR-424, entre Arcoverde e Garanhuns. Ou a 316, de Petrolândia a Belém do São Francisco.
Mas Inocêncio Oliveira dispõe de influência também no governo de Pernambuco. Até o final do mês, quando Jarbas Vasconcelos irá transferir o cargo para o vice, Mendonça Filho, manterá o controle sobre a Empresa de Pesquisas Agropecuárias (IPA), cujo orçamento previsto para este ano chega a R$ 66 milhões.
O IPA não é um mero órgão técnico. Tem entre suas funções prestar assistência aos pequenos produtores rurais – base importante do eleitorado de Inocêncio.
Escrita por César Rocha www.cesarrocha.com.br
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