A Festa Literária Internacional de Porto de Galinhas (Fliporto) tem se consolidado a cada edição por agregar nomes da literatura nacional e internacional em uma programação extensa e diversificada. Em sua 4ª temporada, realizada na primeira semana de novembro, integraram a Fliporto, dois novos nomes da literatura local. Além do juiz Alfredo Jambo, titular 3ª Vara da Fazenda Pública e autor do livro Testemunho Mudo, o titular da 26ª Vara Cível do Fórum do Recife, Josué Antônio Fonseca de Sena, também teve sua publicação, Goiana em versos e prosa, lançada durante o evento.
A história, os costumes e as paisagens da cidade de Goiânia, localizada a 63 Km de Recife, serviram de inspiração para a elaboração da obra, que já recebeu da Academia Pernambucana de Letras (APL) o prêmio Leonor Correia Oliveira. As 567 páginas, com ilustrações a bico de pena, contêm evocações em versos e prosa sobre os eventos religiosos e festivos, logradouros, monumentos e instituições de Goiana. As manifestações artísticas populares também perpassam as páginas do livro criando-se, dessa forma, um painel literário que contribuiu para o fortalecimento da identidade goianense.
Josué Antônio Fonseca de Sena está finalizando mais duas obras para publicação. Uma delas, "Fernando de Noronha em versos", com cerca de 150 páginas, deverá ser lançada ainda este ano e já está prefaciada pela antropóloga e pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Janirva Cavalcante da Rocha Lima. A outra, "Evocação a Portugal", de 70 páginas, teve seu prefácio elaborado pela escritora e integrante da APL, Fátima Quincas, e está previsto para ser lançado no início do ano que vem.
Opinião
Goiana em versos e prosa recebeu elogios do escritor Carlos Eduardo Carvalho dos Santos, integrante da Academia de Arte e Letras de Pernambuco. "A obra oferece um aspecto inovador em relação aos livros até então lançados de Goiana, ao tratar exaustivamente da História, Geografia e paisagem humana e cultural dessa cidade, em versos que se conformam inteiramente, no som da vogal ou ditongo, do acento tônico até a última letra ou fonema", declarou o escritor.
Ainda segundo o literato, o autor "demonstra grande capacidade criativa e domínio do vocabulário". Dentre os heróis citados no livro encontra-se o desembargador Joaquim Nunes Machado, mártir da Revolução Praieira, que nomeia a mais alta comenda do Poder Judiciário estadual, a medalha de honra que agracia personalidades que se destacaram na prestação de serviços à Justiça.
Em artigo publicado na Folha de Pernambuco, o juiz da Vara de Execuções Penais e Corregedoria dos Presídios da Região Metropolitana do Recife, Adeildo Nunes, opinou que a obra “Goiana em versos e prosa deve integrar a biblioteca pessoal de todos, indistintamente, porque retrata a história de um povo que convive e conviveu com a crença do homem com os seus ideais de justiça e de perseverança”.
Sobre o personagem em referência, a página 133/134 do livro lançado, consta o seguinte soneto:
Teve, em Recife, o audaz Nunes Machado, / Líder da Revolução Praieira, morte briosa, /No fragor da luta, tal intrépido soldado, / Infausto episodio cantado em verso e prosa. / Bravo Goianense, com o sangue derramado / Por avançados ideais, de forma ardorosa, / Eleva-se ao panteão dos patriotas imolados / Da pernambucana república trágica e famosa. / Por que, indagam estudiosos inda intrigados, / Se fazia em armas pessoa tão judiciosa / No combate da Soledade ao ser alvejado? / Responde a aura de sua alma generosa: / A morrer pela causa liberal fora convocado, / Entre a vida e a honra esta foi mais valiosa.
Conheça mais sobre a participação da magistratura pernambucana nas artes em:
Presidente do TJPE toma posse na Academia de Artes e Letras.
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