O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PR-PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Sadia e a Perdigão, empresas nacionais que ocupam a liderança no setor de industrialização de alimentos, entraram em processo de fusão e estão esperando a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e Secretaria de Acompanhamento Econômico.
Em Pernambuco essas empresas mantêm unidades industriais nos Municípios de Vitória de Santo Antão e Bom Conselho - a primeira inaugurada em março, com a presença do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a segunda com inauguração programada para junho, mantido o cronograma das obras.
A fusão resulta na criação do conglomerado já batizado de Brasil Foods - BRF, maior exportador mundial de alimentos e terceiro exportador do País, atrás da PETROBRAS e da Vale do Rio Doce. Cerca de 55% da produção industrial destinam-se ao mercado interno e 45%, ao mercado externo.
Os termos da fusão são promissores para Pernambuco. Em primeiro lugar, os dirigentes das empresas anunciaram que os investimentos serão mantidos nas 2 unidades de produção e serão mantidos os empregos de "chão de fábrica".
A garantia foi transmitida ao Governador Eduardo Campos pelo titular da Sadia, ex-Ministro Luiz Fernando Furlan, no sentido de que a fusão terá efeitos positivos nas operações dos 2 ex-concorrentes em Pernambuco. A unidade de lácteos da Perdigão em Bom Conselho, no Agreste do Estado, a 266 quilômetros do Recife, representa investimento de R$380 milhões, com geração de 3.800 empregos diretos e indiretos e fonte de geração de renda para fornecedores pequenos e médios. Em Vitória de Santo Antão, a indústria da Sadia, que já está funcionando, demandou investimentos de R$338 milhões, com perspectiva de gerar 1.500 empregos diretos e 4 mil indiretos.
Não há sobreposição de unidades nas mesmas localidades. Por isso, as 2 indústrias de Pernambuco continuarão atuando em seus respectivos setores, de processamento de embutidos e de lácteos. A previsão dos economistas é de que a fábrica de salsichas, mortadelas e apresuntados seja reforçada em Vitória de Santo Antão, em vez de ser agregada à unidade de Bom Conselho. Os centros de distribuição das fábricas também serão mantidos nos 2 Municípios.
O empresário Nildemar Secches, titular da Perdigão, revela um fato positivo: a união resultará numa empresa campeã, que será a maior exportadora de carnes processadas do mundo. O objetivo é ampliar o mercado no País e no exterior. Para tanto, deverá haver mais produção, o que requer mais investimentos e mais empregos.
Recém-chegadas a Pernambuco, a Sadia e a Perdigão são originárias de Santa Catarina e estão presentes no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Bahia. No exterior, atuam na Holanda, Reino Unido, Romênia e Rússia.
Os números traduzem a pujança dessas empresas, que possuem 116 mil empregados, receita líquida de R$22 bilhões e 19 mil produtores rurais integrados. São 64 unidades de processamento de carnes, lácteos, margarinas e congelados, concorrendo inclusive com multinacionais do setor no Brasil.
Esse mega processo de fusão ocorre num momento em que a fábrica da Sadia enfrentou adversidades financeiras, devido à desvalorização em aplicações de câmbio. A fusão vinha sendo negociada há anos. No momento em que se concretiza, preserva uma grande empresa e coloca o Brasil na liderança da exportação de alimentos industrializados.
Desenvolvimentista e adepto da interiorização da prosperidade nacional, este Parlamentar saúda como fato auspicioso a fusão dessas empresas líderes nacionais, na expectativa de que o processo resulte em dividendos positivos para a economia nacional e regional, em benefícios para os consumidores e a sociedade e em incremento nas exportações brasileiras para reforçar a nossa balança comercial.
O Estado de Pernambuco integra-se, portanto, a essa empreitada, que já se prenuncia vitoriosa.
Muito obrigado.
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