quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Saúde alerta profissionais para redução do câncer em crianças


Esta quinta-feira (27) é o Dia Nacional de Combate ao Câncer. Neste ano, o Instituto Nacional de Câncer (Inca), voltou a atenção para os profissionais de saúde e para a oncologia pediátrica. Para vivenciar a data, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) vai promover a palestra "Alerta ao diagnóstico precoce de câncer infanto-juvenil", voltada para os profissionais de Saúde. A proposta é mais que necessária: hoje, a maioria das crianças que chega ao serviço de saúde com câncer, já está num estágio avançado, devido à descoberta tardia da doença. A palestra ficará a cargo da médica do Centro de Oncohematologia Pediátrica, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), Vera Morais, e terá início às 19hs, na Associação Médica de Pernambuco, situada ao lado da SES.

"Não existe campanha de prevenção para o câncer pediátrico, como existe para os cânceres adultos. Por isso, no caso do câncer infantil, é fundamental que haja o diagnóstico precoce. Por conta da falta desse diagnóstico, ainda recebemos muitas crianças com o problema já avançado", alertou Vera Morais, que também é presidente do Comitê de Oncohematologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. Na palestra que irá proferir, a médica vai falar, principalmente, sobre os sinais e sintomas de alerta para a doença. "Costumo dizer que o momento do diagnóstico é o único momento em que a pressa é amiga da perfeição", comparou.

De acordo com Vera Morais, é necessário que os profissionais que atuam na atenção primária de saúde comecem a verificar, com mais atenção, os sintomas do câncer. Ela diz que são sintomas parecidos com os das doenças benignas da infância, mas que devem ser mais bem considerados. "Acontece, também, na área da saúde, uma resistência em associar o câncer à morte, o que não é verdade. Pois, se feito o diagnóstico precoce, a vida pode ser salva", disse, ao revelar que na grande maioria das clínicas de tratamento de câncer infantil, a taxa de cura chega a 70%.

Outra discussão levantada pela médica diz respeito à inclusão do ensino de oncologia pediátrica na graduação do curso de Medicina. Segundo ela, o câncer infantil é uma doença que necessita de uma abordagem diferente, pois leva em conta fatores genéticos, ligados à epidemiologia. Por fim, ela diz, ainda, que a população precisa de mais informações sobre o assunto.

Dia – O Dia Nacional de Combate ao Câncer foi criado em 1988, pela Portaria do Ministério da Saúde GM nº 707. O objetivo é o de ampliar o conhecimento da população sobre o tratamento e, principalmente, sobre a prevenção da doença. Todo ano, é escolhido um tema para nortear as atividades de caráter educativo e social que são desenvolvidas na data.

Câncer – O câncer é uma das cinco principais causas de óbitos em menores de cinco anos; e a segunda maior causa na faixa-etária de cinco até os 19 anos. Por isso, o Instituto Nacional de Câncer - Inca, cumprindo o seu papel de coordenador da política de controle do câncer no país, resolveu destacar a questão do câncer infanto-juvenil como tema do Dia Nacional de Combate ao Câncer em 2008. A doença acomete, anualmente, um grande número de crianças. Somente para este ano, segundo o Registro de Casos de Base Populacional, do Inca, havia a estimativa de, aproximadamente, 10 mil casos da doença.

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