terça-feira, 23 de junho de 2009
Folha de Pernambuco destaca ações de segurança no Estado
Segurança no Estado ganha reforço
Mais 6.244 novos policiais estão atuando em Pernambuco
Em dezembro passado, o educador musical Ephrém Ross acompanhou com curiosidade a entrada de forasteiros na antiga Favela da Rata, hoje Vila Imperial, no bairro de Santo Amaro. Mas, desta vez, não se tratava da chegada de novos vizinhos para a já populosa e insegura região. As cerca de 50 pessoas que passaram a circular por todo lugar vieram para mudar completamente a rotina e a qualidade de vida do bairro. E, pela primeira vez, uma mudança para melhor e festejada por todos, já que os recém-chegados eram os novos policiais contratados pela PM para fazer o patrulhamento e reduzir a criminalidade naquele que era considerado o bairro mais violento de Recife.
“É perceptível um número maior de policiais que rondam aqui perto da Escola. Há um policiamento ostensivo e mais viaturas circulando na comunidade. Além disso, uma dupla de policiais que atua aqui é bem simpática e amiga. Eles até já entraram na escola para conversar sobre segurança”, conta Ephrém Ross, coordenador do projeto Escola Aberta na Comunidade de Santo Amaro e educador musical da Escola Municipal Dom Helder Câmara.
As atividades observadas pelo educador fazem parte da rotina dos novos policiais militares contratados pelo governo nos últimos dois anos, uma ação do Pacto Pela Vida. São 3.144 policiais militares, civis e científicos já na ativa e mais 3.100 militares, 352 civis e 388 científicos na fase final do curso de formação, totalizando um aumento de 6.244 policiais no efetivo do Estado. De acordo com o tenente-coronel Flávio Vieira, comandante do 16º Batalhão de Polícia Militar, 20% do seu efetivo trabalha apenas no bairro de Santo Amaro. “Hoje, contamos com 52 policiais, quatro viaturas e três motocicletas naquela região”, afirma. E todos treinados para mudar o conceito de policial hostil ao qual a comunidade estava acostumada e em quem não confiava, dificultando ainda mais o combate da criminalidade.
Integra a dupla de policiais citada pelo educador Ephrém o soldado PM Nascimento, 31 anos, casado e com segundo grau completo. “Tenho prazer em ter entrado para a polícia agora, não só para proporcionar mais segurança ao estado de Pernambuco, mas também porque eu quero que a população veja o PM de forma diferente, atuando sem violência e com mais diálogo”, afirma o policial, que trabalha para que o conceito de policial comunitário se consolide. “O dia-a-dia de um policial comunitário é de bastante diálogo. Ao abordar um jovem com drogas, por exemplo, conversamos com ele a fim de que ele não consuma mais”.
A rotina do soldado Nascimento é a mesma de seus colegas da ativa e será repetida pelos soldados que se integram à tropa em agosto próximo, integrantes da nova turma. A primeira tarefa diária é visitar as escolas mais críticas do bairro. “Muitas delas têm alunos egressos da Fundac e que vivem em guerra com os demais. É um querendo matar o outro. Conversamos com todos eles e, com o tempo, eles passam a nos respeitar muito, em alguns casos até mais do que aos diretores”, conta ele, com uma ponta de orgulho na voz.
Contratação contribui para bons resultados
Este aumento de 25% no efetivo da Polícia Militar e o reforço de 40% no quadro de policiais civis e científicos têm contribuído muito para os resultados alcançados na redução do número de furtos, roubos a ônibus, assaltos e homicídios em todo o Estado, como mostram os gráficos nesta página. E é também um avanço significativo na segurança, já que as duas forças tinham, em 2007, menos efetivo do que em 1999.
Um dos fatores para isso, de acordo com o comandante do Campus de Ensino Metropolitano (CEMET), tenente-coronel Geovane Melo, é que o efetivo formado em dezembro e que está na rua hoje teve uma formação diferenciada daquela que vinha sendo feita até aqui. “Essa equipe que entrou rendeu muito e foi muito profissional. A expectativa com eles era muito boa e foi correspondida”.
O comandante diz, ainda, que os 3.100 novos PMs, que entraram em 2009 e estão realizando o curso de formação de soldados, também estão surpreendendo. “Essa turma de alunos estará ainda mais preparada, pois tem uma carga horária de aulas maior. No caso das aulas de tiro, por exemplo, passaram de 100 para 200 horas. Se 100 já era suficiente, com 200 estarão ainda melhores”, garante ele. Além disso, 10% dos alunos farão curso de motopatrulhamento. O curso de formação de soldados tem duração de seis meses e possui 800 horas/aula. Durante o curso, os alunos têm aulas de abordagens, tiro, direitos humanos, defesa pessoal e outras disciplinas que integram a matriz curricular da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).
Se a mesma expectativa se mantém para os alunos que terminarão o curso em agosto, também eles demonstram o entusiasmo do soldado Marques, de Santo Amaro, para começar a trabalhar. “Quero contribuir com a minha parcela pelo Pacto Pela Vida, não só combatendo a criminalidade, mas também ajudando o cidadão no meio em que vive. O programa é muito importante porque não se resume em prezar pela vida, faz com que haja uma interação do social para o social”, afirma o aluno Luciano Monteiro, que faz o curso de formação de soldados da PM na Academia Integrada de Defesa Social (Acides).
Quando a Polícia é Amiga
A contratação de novos policiais também permitiu a consolidação do programa Polícia Amiga, voltado para ações preventivas de caráter socioeducacional, a partir de palestras e oficinas sobre violência para crianças e adolescentes. O projeto vem dando tão certo que, no final do mês de maio, os moradores do Bode, bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, elegeram o Policial Amigo da Comunidade. Escolheram entre 14 policiais a dupla considerada a que presta o melhor serviço na área: Ricardo Marques (353 votos) e Dias Santos (311 votos).
Aos 33 anos, casado e com dois cursos superiores incompletos (Química Industrial e Radiologia), Marques se sente muito honrado pelo título que recebeu apenas seis meses depois de começar a trabalhar na polícia. “Para mim foi muito gratificante ter sido o policial escolhido pela população. Até fiquei surpreso porque os outros policiais também fazem um excelente trabalho. Quando fui trabalhar na Comunidade do Bode, escutava os moradores falando que a violência era muito grande. Antes, eles não tinham contato com a polícia. Agora, eles até nos passam informações, como horário de atuação de marginais e focos de violência”, revela ele.
“O que queremos é que, antes de tudo, a comunidade confie na polícia”, explica o major Paulo Figueiredo, comandante do 19º Batalhão e responsável pelo programa Polícia Amiga. Segundo o comandante, com o Pacto pela Vida, de que faz parte o Polícia Amiga, os índices de criminalidade na comunidade do Bode caíram 81%. “De janeiro a maio de 2008, houve 16 homicídios na Comunidade. No mesmo período deste ano, foram apenas três. A população daquela área tem uma opinião unânime em relação à redução da violência. Muitos dizem que caiu em 100%”, afirma ele.
Mirtes de Lima Espíndola, 37 anos, moradora nascida e criada na comunidade do Bode, confirma que o policiamento na região está excelente. “Com o aumento dos policiais, a violência diminuiu. Eles são ótimos com a gente”.
* Reportagem publicada nesta segunda-feira, 22.06.09, na Folha de Pernambuco.
Mais 6.244 novos policiais estão atuando em Pernambuco
Em dezembro passado, o educador musical Ephrém Ross acompanhou com curiosidade a entrada de forasteiros na antiga Favela da Rata, hoje Vila Imperial, no bairro de Santo Amaro. Mas, desta vez, não se tratava da chegada de novos vizinhos para a já populosa e insegura região. As cerca de 50 pessoas que passaram a circular por todo lugar vieram para mudar completamente a rotina e a qualidade de vida do bairro. E, pela primeira vez, uma mudança para melhor e festejada por todos, já que os recém-chegados eram os novos policiais contratados pela PM para fazer o patrulhamento e reduzir a criminalidade naquele que era considerado o bairro mais violento de Recife.
“É perceptível um número maior de policiais que rondam aqui perto da Escola. Há um policiamento ostensivo e mais viaturas circulando na comunidade. Além disso, uma dupla de policiais que atua aqui é bem simpática e amiga. Eles até já entraram na escola para conversar sobre segurança”, conta Ephrém Ross, coordenador do projeto Escola Aberta na Comunidade de Santo Amaro e educador musical da Escola Municipal Dom Helder Câmara.
As atividades observadas pelo educador fazem parte da rotina dos novos policiais militares contratados pelo governo nos últimos dois anos, uma ação do Pacto Pela Vida. São 3.144 policiais militares, civis e científicos já na ativa e mais 3.100 militares, 352 civis e 388 científicos na fase final do curso de formação, totalizando um aumento de 6.244 policiais no efetivo do Estado. De acordo com o tenente-coronel Flávio Vieira, comandante do 16º Batalhão de Polícia Militar, 20% do seu efetivo trabalha apenas no bairro de Santo Amaro. “Hoje, contamos com 52 policiais, quatro viaturas e três motocicletas naquela região”, afirma. E todos treinados para mudar o conceito de policial hostil ao qual a comunidade estava acostumada e em quem não confiava, dificultando ainda mais o combate da criminalidade.
Integra a dupla de policiais citada pelo educador Ephrém o soldado PM Nascimento, 31 anos, casado e com segundo grau completo. “Tenho prazer em ter entrado para a polícia agora, não só para proporcionar mais segurança ao estado de Pernambuco, mas também porque eu quero que a população veja o PM de forma diferente, atuando sem violência e com mais diálogo”, afirma o policial, que trabalha para que o conceito de policial comunitário se consolide. “O dia-a-dia de um policial comunitário é de bastante diálogo. Ao abordar um jovem com drogas, por exemplo, conversamos com ele a fim de que ele não consuma mais”.
A rotina do soldado Nascimento é a mesma de seus colegas da ativa e será repetida pelos soldados que se integram à tropa em agosto próximo, integrantes da nova turma. A primeira tarefa diária é visitar as escolas mais críticas do bairro. “Muitas delas têm alunos egressos da Fundac e que vivem em guerra com os demais. É um querendo matar o outro. Conversamos com todos eles e, com o tempo, eles passam a nos respeitar muito, em alguns casos até mais do que aos diretores”, conta ele, com uma ponta de orgulho na voz.
Contratação contribui para bons resultados
Este aumento de 25% no efetivo da Polícia Militar e o reforço de 40% no quadro de policiais civis e científicos têm contribuído muito para os resultados alcançados na redução do número de furtos, roubos a ônibus, assaltos e homicídios em todo o Estado, como mostram os gráficos nesta página. E é também um avanço significativo na segurança, já que as duas forças tinham, em 2007, menos efetivo do que em 1999.
Um dos fatores para isso, de acordo com o comandante do Campus de Ensino Metropolitano (CEMET), tenente-coronel Geovane Melo, é que o efetivo formado em dezembro e que está na rua hoje teve uma formação diferenciada daquela que vinha sendo feita até aqui. “Essa equipe que entrou rendeu muito e foi muito profissional. A expectativa com eles era muito boa e foi correspondida”.
O comandante diz, ainda, que os 3.100 novos PMs, que entraram em 2009 e estão realizando o curso de formação de soldados, também estão surpreendendo. “Essa turma de alunos estará ainda mais preparada, pois tem uma carga horária de aulas maior. No caso das aulas de tiro, por exemplo, passaram de 100 para 200 horas. Se 100 já era suficiente, com 200 estarão ainda melhores”, garante ele. Além disso, 10% dos alunos farão curso de motopatrulhamento. O curso de formação de soldados tem duração de seis meses e possui 800 horas/aula. Durante o curso, os alunos têm aulas de abordagens, tiro, direitos humanos, defesa pessoal e outras disciplinas que integram a matriz curricular da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).
Se a mesma expectativa se mantém para os alunos que terminarão o curso em agosto, também eles demonstram o entusiasmo do soldado Marques, de Santo Amaro, para começar a trabalhar. “Quero contribuir com a minha parcela pelo Pacto Pela Vida, não só combatendo a criminalidade, mas também ajudando o cidadão no meio em que vive. O programa é muito importante porque não se resume em prezar pela vida, faz com que haja uma interação do social para o social”, afirma o aluno Luciano Monteiro, que faz o curso de formação de soldados da PM na Academia Integrada de Defesa Social (Acides).
Quando a Polícia é Amiga
A contratação de novos policiais também permitiu a consolidação do programa Polícia Amiga, voltado para ações preventivas de caráter socioeducacional, a partir de palestras e oficinas sobre violência para crianças e adolescentes. O projeto vem dando tão certo que, no final do mês de maio, os moradores do Bode, bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, elegeram o Policial Amigo da Comunidade. Escolheram entre 14 policiais a dupla considerada a que presta o melhor serviço na área: Ricardo Marques (353 votos) e Dias Santos (311 votos).
Aos 33 anos, casado e com dois cursos superiores incompletos (Química Industrial e Radiologia), Marques se sente muito honrado pelo título que recebeu apenas seis meses depois de começar a trabalhar na polícia. “Para mim foi muito gratificante ter sido o policial escolhido pela população. Até fiquei surpreso porque os outros policiais também fazem um excelente trabalho. Quando fui trabalhar na Comunidade do Bode, escutava os moradores falando que a violência era muito grande. Antes, eles não tinham contato com a polícia. Agora, eles até nos passam informações, como horário de atuação de marginais e focos de violência”, revela ele.
“O que queremos é que, antes de tudo, a comunidade confie na polícia”, explica o major Paulo Figueiredo, comandante do 19º Batalhão e responsável pelo programa Polícia Amiga. Segundo o comandante, com o Pacto pela Vida, de que faz parte o Polícia Amiga, os índices de criminalidade na comunidade do Bode caíram 81%. “De janeiro a maio de 2008, houve 16 homicídios na Comunidade. No mesmo período deste ano, foram apenas três. A população daquela área tem uma opinião unânime em relação à redução da violência. Muitos dizem que caiu em 100%”, afirma ele.
Mirtes de Lima Espíndola, 37 anos, moradora nascida e criada na comunidade do Bode, confirma que o policiamento na região está excelente. “Com o aumento dos policiais, a violência diminuiu. Eles são ótimos com a gente”.
* Reportagem publicada nesta segunda-feira, 22.06.09, na Folha de Pernambuco.
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Um comentário:
Pesso Que Informe Ao Deputado Manoel Ferreira Que Seu Privilegiado Amigo Severino Oliveira Da Silva Faleceu, Pesso Que Lhe Infor Para Não Enviar Mais Mensagens Pois Seu Amigo Morreu: Assinado familia de Severino Oliveira DA silva!! Pesso Profavor Que Informe Ao Deputado MANOEL FERREIRA, PESSA QUE MANDE NOTICIAS!!!
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