Basta um furo no dedo. Coleta-se uma gota de sangue e, em menos de 15 minutos, tem-se o diagnóstico, tão confiável quanto nos laboratórios mais modernos. Esse é o teste rápido para diagnosticar a Aids, que será ensinado nesta terça (24) e quarta (25) a 22 técnicos de 14 municípios pernambucanos. A capacitação começa às 8h30 da manhã, no Hotel Jangadeiro, em Boa Viagem. A ideia é ampliar o acesso de mais pessoas ao diagnóstico da Aids, de acordo com a organização do treinamento.
Em Pernambuco, desde 1983 (data do aparecimento da doença no Estado), já foram registrados mais de 12.500 casos da doença. A estimativa é que quase 45% deles estejam concentrados no interior do Estado. “Essa é a tendência da Aids em Pernambuco e, por isso, precisamos contemplar esses municípios do interior que estão em déficit na oferta de exames”, explica François Figueirôa, coordenador do Programa Estadual de DST/Aids. “Quanto mais rápido o paciente sabe que é portador de Aids, maior e melhor pode ser atendimento voltado para ele”, salienta.
Pela manhã, os participantes do treinamento aprenderão a parte teórica do teste rápido através de palestras e discussões. Já à tarde, eles se deslocarão até o Laboratório da Mulher, que fica na Avenida Conde da Boa Vinda, centro do Recife, onde vão observar como se deve manusear o equipamento na prática. Os equipamentos para a realização do teste rápido da Aids serão fornecidos pelo Ministério da Saúde. A quantidade dependerá da necessidade de cada município.
“Queremos priorizar o diagnóstico para pacientes com tuberculose e gestantes”, ressalta François Figueirôa. “No primeiro caso, a tuberculose está muitas vezes associada à Aids e, se soubermos antes do diagnóstico, podemos controlar melhor a doença. Já para as gestantes, se agirmos rápido, poderemos evitar o transmissão do vírus HIV para o bebê”, acrescenta o coordenador.
Uma das grandes novidades do evento é que, entre os municípios beneficiados com o treinamento do teste rápido para Aids, estão aqueles que fazem parte da área indígena do Estado. Técnicos de Floresta, Pesqueira, Buíque, Carnaubeira da Penha, Águas Belas, Ibimirim e Jatobá passarão a utilizar o teste rápido para beneficiar a população. “Entre os indígenas, os casos da doença permanecem na mesma média que no resto do Estado. O nosso objetivo é ampliar o acesso ao diagnóstico para todos, sem exclusão de ninguém”, conta o coordenador François Figueirôa.
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